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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Festa e morte, pequenos gestos poderiam evitar



         Rodrigo Taugen de 29 anos
é a mais nova vítima do incidente que abalou o Brasil no dia trágico de 27 de janeiro, quando na madrugada um incêndio provocado por um sinalizador acabou com a vida de 239 pessoas, a maioria com intoxicação causada pela fumaça produzida pelo forro feito de espuma de péssima qualidade e que ainda por cima não recebeu o tratamento obrigatório com uma substância anti chamas.
        A cada dia em contato com informações técnicas referentes ao assunto descobrimos que tudo poderia ser facilmente evitado se algumas atitudes simples fossem tomadas. Se os participantes da festa tivessem pagando suas despesas a medida que elas fossem consumindo pelo menos umas 50 vidas teriam sido salvas, no dia as pessoas consumiam para depois pagarem o que era um incentivo a um gasto maior, quando houve o alerta de incêndio os seguranças da portaria, que ainda não sabiam do ocorrido impediram a saída imediata dos participantes da festa o que causou a mortes desnecessárias de muitos.

        Outro fato que precisa ser considerado é a lotação, uma casa que poderia comportar 600 pessoas não poderia estar com mais de 1000, apinhados num local que mais parecia um labirinto nada restou para muitos jovens, a maioria universitário, do que encontrar com o último destino humano antes do tempo.
        Casos como o da Boate Kiss acontecem todos os dias por este Brasil afora, em Santos um carro alegórico pegou fogo ao sair do Sambódromo que fica na Zona Noroeste da cidade, o fato poderia ter sido evitado. Os carros têm tração humana e são feitos com materiais sucateados e não passam por fiscalização, já na dispersão o carro da Escola Sangue Jovem teria um de seus pneus furados o que o fez tombar para um lado e encostar-se a um fio de alta tensão fazendo com que 4 componentes morressem na hora e outros seis fossem para hospitais da cidade.
        Intitulado "O Rei da Bola", o carro alegórico que pegou fogo homenageava Pelé. Nelson Mandela e Martin Luther King também foram citados no desfile, em outras alegorias, antes do incidente o veículo estava lotado de crianças e também um velho craque da esquadra santista Coutinho um ex-centroavante que saíram do local antes da tragédia.

        Na Bahia um caso parecido abalou uma das bandas mais famosas do Carnaval o Asa de Águia, um dos membros do Grupo que estava sem o equipamento de segurança recebeu uma descarga elétrica e também morreu no local, eventos diferentes, porém com a mesma marca, a da falta de cuidados básicos com a segurança.

        Por fim fica a lição de que os cuidados mais elementares podem fazer a diferença na hora de fazer uma festa terminar como deve: com alegria diversão e descontração, não com choro por alguém que foi embora, e que infelizmente nunca mais vai voltar.

Haroldo Ribeiro
imagens: Jornal A razão; Gazeta Universal; yahoo.com

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