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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Deus me devolveu a vida do meu filho I e II

Muitos contestam a sublime força que vem da oração, porém em horas de extremo aperto, onde a morte é a vizinha mais próxima, a força da fé é a diferença que ultrapassa as barreiras da ciência e da letra nua cinza e gelada.
 
Todos sabem que meu filho de apenas 20 anos teve um acidente gravíssimo que com certeza teria como resultado final a morte certa e ligeira. Acostumado a narrar e passar pro papel, com muita resignação, confesso, a morte de diversos jovens de nossa cidade, que por imprudência ou imperícia acabam encontrando o destino final dos homens em tenra idade, vítimas de veículos de duas rodas que foram guiados sem os ditames mínimos de segurança.

Meu filho, Lucas não fugiu a regra, embora ainda não saiba se ele estava ou não guiando a moto, fato que creio ser irrelevante no momento, haja vista que o sim ou o não como resposta nada tira de sua responsabilidade, porém até para o mais descuidado dos homens ter a morte como destino final por um ato de instantes de descuido é um preço muito caro a ser pago.

Por volta das 15h30min de segunda feira, 16 de maio, meu filho estava vindo com mais outros jovens de um balneário no km 12, próximo ao 54º BIS, meu filho foi lançado ao solo em alta velocidade. O que se seguiu foi muita dor, tentativas desesperadas de se levantar e tentar seguir em frente, porém sem a força de um corpo saudável. Ele havia batido o rosto ao solo com toda a força e estava desfigurado.


Ao vê -lo deitado no solo sem mais se mexer os seus amigos desesperados foram em busca de socorro, tentaram ligar para algum serviço de emergência, e nada! A morte parece que já havia traçado seu plano final.

Enquanto os amigos iam à busca de socorro um grupo de amigos desistia de seu trajeto norma e resolvia voltar pela estrada de cascalho, quando avistaram um cena horrível de um jovem que já estava se afogando no próprio sangue, com o rosto desfigurado, à porta da morte. De imediato, um deles Lauro retirou o excesso de sangue que impedia a respiração do rapaz desesperado pela vida e o colocou num uno branco seguindo em alta velocidade ao Hospital Regional de Humaitá, onde recebeu os primeiros atendimentos de alguns que, vendo o quadro grave em que se encontrava temiam e acreditavam que mais um óbito rondava a cidade como uma maldição previamente anunciada.

Em minha casa o silencio aliado a uma sensação de prenuncio de coisa ruim invadia o coração de minha mulher que estava com um peso no coração que só quem é mãe sabe, coisa que a ciência não explica.

Alguém bateu a porta de minha casa e anunciou o ocorrido, a princípio, minha mulher achou que fosse um acidentizinho sem maiores proporções, porém conforme ia falando, um imenso buraco negro de sensações tristes e de desespero tomava conta de Marta, que temia pelo pior.

Chegando ao Hospital, que é próximo à minha casa, a mãe já desesperada ao se deparar com seu filho em estado crítico, não teve outra reação a não ser dobrar seus joelhos no meio de todos e pedir em alta e estrondosa voz pela vida de seu filho, ao único que podia ouvi-la naquele momento, O grande e poderoso Deus.

Nesses instantes eu estava no bairro de Nova Esperança recebendo valores de assinantes e patrocinadores do site. Quando recebia a ligação de meu irmão Aluízio, PM experiente, sabedor do que é grave ou não, meu coração se derreteu dentro de mim. Procurei empreender a máxima velocidade que podia na minha bicicleta, parei no meio do caminho para comprar créditos no Supermercado Tchê, pois não podia esperar até chegar ao Hospital.

Com 17 reais a mais no celular, liguei para meu irmão que me informou que eu deveria chegar o mais rápido possível ao Hospital, pois precisaria ir urgentemente para Porto Velho, se quisesse ainda desfrutar de mais alguns anos com meu filho na terra dos viventes.

Cheguei ao local, muita gente estava por lá, tomei conta do que aconteceu, bem como do real estado de meu filho, minha esposa era só angustia, dor e gemidos, procurei consolá-la e ser forte, confesso que foi uma tarefa difícil, a mais difícil de toda minha vida.

Haroldo Ribeiro


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