Uma reunião feita na tarde de terça-feira,
14 de agosto com várias lideranças da Estrada Transamazônica incluindo comunidades indígenas de várias etnias possibilitou a reabertura da rodovia interditada há mais de uma semana, nas próximas horas o bloqueio deverá ser retirado.
Uma
reunião mais que esperada, que significava o destino de várias pessoas, de vários
brasileiros, cansados de esperar pela luz, luz esta que já é pagina virada para
vários povos desde o século passado nos idos de 1950, mas que reluta em chegar
para todos por vários motivos, um deles relatado pelo Cacique Duca Tenharin que
não quer mais saber de viver no tempo da pedra, aliás esta foi a tônica dos
vários discursos dos membros de diversas etnias, num português pausado e bem
pronunciado estes mais que brasileiros defenderam o direito de ter energia em
suas casas.
Do outro lado da conversa, Radyr Gomes
de Oliveira, Diretor Geral de Operações para geração de energia, e responsável
direto do programa “LUZ PARA TODOS” no Amazonas veio trazer uma solução
negociada para o caso e evitar mais constrangimentos na estrada e para as
famílias do Santo Antonio do Matupi, Apuí e toda a região que já começavam a
sentir os efeitos danosos do bloqueio à estrada.
Estavam presentes na reunião além de Radyr,
o Tem Cel. Frota representando o governo do Amazonas, o Inspetor responsável
pela Polícia Rodoviária Federal na Região, Dr. Terrinha, representando a prefeitura
de Humaitá e também a Promotora Dra Eliane Leite Guedes, do lado dos manifestantes,
Dirceu Lazaroto líder do movimento ale´m de vários outros líderes entre eles os
caciques: Sebastião Jiahui, Nilcélio Jiahui,Domingos Parintintin, Rosinho Tenharim,
Duca Tenharin, Domiceno Tenharim.
Todos a uma só voz reivindicavam o
benefício da energia para todos e ressaltaram que parte dos indígenas nunca
lutou para ter o benefício em suas casas e mesmo assim teve a luz em suas residências,
outros que lutaram vivem no escuro e revoltados, disseram também que não
queriam tomar esta atitude extremada, mas que foram obrigados por não serem
atendidos nem mesmo por documentos ou email, como o caso relatado por Dirceu
Lazaroto que enviou mais de 50 emails sem nenhuma resposta.
Os manifestantes não estavam para brincadeira
e exigiram por parte de Radyr um prazo para poderem marcar e esperar, caso não
sejam cumpridas as obras no tempo aprazado a estrada deverá ser bloqueada outra
vez, e detalhe, na próxima vez que isto ocorrer, o próprio Radyr vai ter que se
deslocar para o local onde eles estiverem, pois eles afirmaram que não virão ao
encontro de ninguém novamente.
Radyr disse para justificar todo o
processo e a possível lentidão no cumprimento dos serviços na ausências de recursos
para fazê-los totalmente, disse que no ano de 2012 o governo Dilma disponibilizou
menos de 200 milhões para a realização das obras na região e que este montante
deu para realizar mais de 80 mil ligações, entretanto ainda existe o mesmo
número que precisa ser feito de agora para frente, disse também que no ano de
2013 já existem 320 milhões reservados para os serviços e que as reivindicações
deverão ser atendidas já no ano que vem e que a partir de agora providenciará
mais quatro grupos geradores que atenderão a demanda e ainda terão mais de um
terço de sobra para as extensões que vierem no Distrito do Matupi.
O que ficou bem claro no fim da reunião
e com os acordos que foram firmados é que os manifestantes eram os mais
interessados em acabar com todo o embaraço gerado com a insensibilidade dos
gestores do programa federal na região do que mesmo o outro lado da questão, ao
que tudo indica, com a palavra dada a paz deverá reinar na tranqüila Transamazônica.
Haroldo Ribeiro
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