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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Itapuã: Jogo de empurra-empurra entre Eletronorte e empreiteira deixa ponte interditada e população irritada



 
A obra abandonada de uma ponte sobre o rio Jamari em Itapuã do Oeste pode provocar protestos por parte da população do município que fica a 100 km da capital de Rondônia. Não está descartado o fechamento da Br 364 que cruza a cidade.

Construída através de convênio com a Eletronorte como forma de compensação social à comunidade atingida pelo lago da Usina de Samuel, o esqueleto de concreto está há seis anos aguardando conclusão. Com as cabeceiras corroídas, parte de sua estrutura já no fundo do lago de Samuel, a obra da ponte é um símbolo do descaso dos “donos” de Usina em relação às propaladas compensações sociais e ambientais para as comunidades atingidas.

A chamada "Ponte da Integração" foi uma conquista da população de Itapuã em 2001, após várias manifestações populares, inclusive já naquela época com o bloqueio da BR 364 e invasão das instalações da Eletronorte. A reivindicação e a devida compensação justificam-se pelo fato de que o município ser um dos mais atingidos pela alagação causada com a construção da Usina Hidrelétrica de Samuel, deixando os moradores que moram do outro lado do Rio Jamari ilhados dependendo de uma balsa para que os mesmos possam ter acesso ao município. A balsa é paga pela Eletronorte, através de um contrato mensal de cerca de 50 mil reais.



A Eletronorte cedeu recursos em torno de mais de R$ 2 milhões para a construção. Em 2004 a obra ficou pronta, faltando apenas o aterro das cabeceiras. Mas quando as obras de aterro foram efetivadas, a estrutura não agüentou e uma das pilastras se rompeu ocasionando que a ponte pendesse em umas de suas pontas. Por conta disso iniciou-se um jogo de responsabilidade entre a Eletronorte e a empreiteira da construção a SPA. A Eletronorte alega, conforme laudo dos técnicos da empresa, que havia falha na fundação da obra.

Inconformados com a demora, líderes comunitários, entre eles, Antônio Carlos, diretor da Rádio FM Itapuã prometem ações mais enérgicas para uma breve solução do problema. “A balsa não funciona 24 horas, ela pára de noite. Já houve caso de criança que morreu de malária no colo do pai do outro lado do rio” diz Antônio, que garante que se uma solução for tomada nos próximos 30 dias, a comunidade pode até fechar a rodovia federal para forçar uma negociação.

O atual prefeito, João Testa concorda com os anseios da população afirma seu chefe de gabinete, Paulo Stresser, que afirmou que a administração municipal está lutando para um novo acordo de compensação social e ambiental.

OUTROS PROBLEMAS


Entre outros problemas enfrentados pela comunidade, elencados pela própria Eletronorte num relatório assinado por dois engenheiros da empresa, estão: Na zona rural – elevação em cerca de 4 metros do nível freático máximo e mínimo, afogamento das raízes dos vegetais com danos para a agricultura e floresta, dificuldade de escoamento de 80% da produção agrícola em razão de se encontrarem do lado esquerdo do lago. Na zona urbana – Encharcamento periódico de ruas e terrenos, elevação exagerada dos nível da água dos poços domésticos e o que é pior, inundação das fossas sépticas que promoveram a contaminação dos poços utilizados para abastecimento de água potável para a população. Até o cemitério da cidade foi interditado na época.

O maior problema que a população enfrenta atualmente é que uma negociação “mal-feita”, entre o prefeito da época, empresário Robson Oliveira em conjunto com os vereadores e a Eletronorte gerou um termo de quitação das quitações com o repasse de apenas R$ 2.730.000,00, valor irrisório que não correspondia aos danos causados.

Hoje, a prefeitura luta por um novo acordo com a Eletronorte no valor de trinta e um milhões de reais, dinheiro necessário para ser feita a drenagem da cidade, construção de postos de saúde e outras benfeitorias que vão mitigar os impactos causados pela Usina.



Fonte: RONDONIAOVIVO

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