O verão (tempo isento de chuvas) já está indo embora, como sempre as imagens mais marcantes ficam muitas é desconhecido de quem não conhece o lado dócil do Grande Rio Madeira.
Nesta época impar, pode-se ver as pedras aparecendo no canto do imenso mar de água doce dizendo claramente que o rio foi domado pelo ciclo anual determinado pelo bom Deus.
Para não passar em branco, muitos na cidade aproveitam a época única no ano para transformar as águas do Madeira em uma imensa piscina natural. A água pacifica e pouco corredia dará lugar a um rio impetuoso e violento que avança nas margens e faz seu caminho final numa imensa viagem líquida que começa nos Andes e segue até um beijo permanente com o maior rio do mundo o Amazonas.
As praias também surgem no meio do rio e alguns mais privilegiados, não tanto no contexto financeiro, mas com o tempo disponível para desfrutar dessa beleza natural, aproveitam para se refrescarem nas águas marrons do afluente que esconde em si histórias de glórias e tragédias envolvendo milhares de gerações de homens e mulheres.
Dentro de poucos dias as muitas águas invadirão este mar calmo e doce declarando a violência do Madeira contra tudo que estiver em sua frente, depois dessa fúria adolescente anual o carinho trazido pelas mãos da natureza acalmarão fúria do rio novamente numa história de amor e ódio que só o Criador do Universo sabe quando findará.
Haroldo Ribeiro
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