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sexta-feira, 5 de março de 2010

CHOROS E ALEGRIAS ANTES DA LONGA VIAGEM


Gente que vai e vem levando um sorriso, um abraço apertado, um pequeno mimo e lembranças que esperarão até a próxima vez de voltar à cidade “grande”.
                O amazonense anda de barco. O rio é um de seus maiores amigos. Pouca coisa mudou, rampas dão acesso aos barcos que andam sempre lotados de gente. Em Humaitá cidade ribeirinha não é diferente, banhada pelo grande Madeira, aproveita as suas muitas águas fazendo delas sua maior, melhor e mais econômica via de transporte.
                O novo porto, que será inaugurado dentro de pouco tempo coroará com um atraso de pelo menos 50 anos este grande casamento entre um povo e o seu rio.
                Do grande Madeira, nossa gente trabalhadora trás o seu sustento. O peixe que daí advém faz a mesa saudável e saborosa. E a vida segue assim, viajar de barco, comer o peixe fresco, rotina que o amazonense não quer abandonar por nada nesse mundo.
                O interior conta com quase a metade da população da pequena Humaitá, isto vem provar que o cidadão que mora na beira dos igarapé e igapós não pretende deixar suas raízes com facilidade.
                A viagem de barco é algo bem diferente, pois não há cadeiras, cada um amarra sua rede e se deita, e se deixa levar pelo banzeiro do rio. No meio do caminho para apanhar a embarcação os moradores que desejam viajar acenam um lenço branco e uma outra embarcação (lancha), vai até a margem embarca o novo passageiro e leva-o até o barco maior onde a passagem é cobrada. Este procedimento é feito porque a viagem de barco é muito vagarosa e se fosse parar em todo o lugar tudo demoraria ainda mais.
                Entender a paciência de um povo como o amazonense, passa pela compreensão de sua rotina, de como viaja, de como protege sua floresta e preserva suas tradições. Uma grande expressão de toda nostalgia presente no âmago do povo que habita o continente verde está nos acenos de despedida a beira do rio, nas lágrimas incontidas, no coração palpitante que pede o regresso de um filho, que geme a ausência de um grande amor.



Haroldo Ribeiro
www.amazontime.com


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Um comentário:

  1. Olá, Haroldo, com certeza vc escreveu esse artigo pensando na sua querida Marta e nos seus filhos. Estive com a Marta e a Sara, como é lindo ver a família de vcs recebendo as promessas de Deus. Vale a pena seguir em frente sabendo que Deus abriu a passagem. Fiquei mto feliz em conhecer seu blog
    Abraços na paz do Senhor

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