Câmeras
de todo o mundo, muito dinheiro rolando,
economia aquecida, hotéis lotados, turistas por todo o lado e uma extrema movimentação em todos os sentidos, isto não é Humaitá é Parintins, por aqui a realidade é outra conforme quem entende de cultura na região.
economia aquecida, hotéis lotados, turistas por todo o lado e uma extrema movimentação em todos os sentidos, isto não é Humaitá é Parintins, por aqui a realidade é outra conforme quem entende de cultura na região.
Há
na cidade de Humaitá um imenso descontentamento em relação a sua cultura, os
grupos responsáveis por shows realizados por anos a fio estão desmotivados,
tudo por conta do baixo reconhecimento das administrações da cidade nos últimos
anos. Os que se dedicam à cultura por amor estão querendo parar e já não se vê
grupos treinando para a grande apresentação, geralmente realizadas entre julho
e agosto, o motivo é comum em todas as agremiações a falta de recursos para a
festa injetados onde verdadeiramente deveriam, nas agremiações.
Um
dos grupos mais populares e ao mesmo tempo mais antigos grupos da cidade é a
Quadrilha Mocidade de São José, eles fazem coro no grupo grandioso dos
descontentes com o atual rumo das coisas na cidade. A Mocidade junto com o
Grupo de Toadas Fogo Azul tem suas agremiações legalizadas inclusive com CNPJ, contam
com despesas gigantes quando se apresentam. Para se ter uma idéia do que se
gasta, um vestido pode custar mais de 1000 reais somente para alugar, numa
apresentação pelo menos dez vestidos novos tem que ser adquiridos todo o ano. A
insatisfação generalizada vem da constatação de que um jogo de camisa completo
chega a custar menos de 1000 reais para todos os jogadores e os prêmios oferecidos
chegam a casa dos 15 mil reais, enquanto que os grupos competem para receber
1500 reais.
Quem
vai ao bairro de São Pedro por estes dias no mês de junho, nas dependências do
Cras pode ver a Mocidade treinando, mas vai constatar que os esforços estão
sendo empreendidos para uma apresentação em Manaus e não na cidade para a
tristeza local.
Estas
reclamações pertinentes não são referentes somente a atual administração, em
tempos passados pessoas que estavam à frente da cultura da cidade chegaram a
pagar despesas que deveriam ser quitadas pela prefeitura com dinheiro do
próprio bolso. A cada dia mais as músicas eletrônicas e internacionais tomam
conta de reuniões em que se concentram jovens da cidade, em pouco tempo não
existirá mais nada que lembre as origens do povo da terra, tudo isto por que a
cultura local não tem nada de caprichoso além de não ter recurso garantido.
Haroldo Ribeiro
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