Os grandes êxodos que tiraram os habitantes do campo os encaminhado para os grandes centros quase sempre trouxeram como resultados desequilíbrios desastrosos do ponto de vista humano e moral.
Sem apoio governamental os agricultores, geralmente pequenos produtores deixavam suas propriedades e iam aos montes para a cidade grande. Chegando lá, mesmo tendo que passar por diversas situações vexatórias, preferiam este último estado ao primeiro. Por quê?
O que deslumbrava os novos moradores desprestigiados da cidade era o brilho da luz. Durante muitos dias, por vezes até com fome, era esta luz e brilho que os fazia querer desejar estar naquele lugar, comungar daquela experiência extraordinária.
O Brasil é um país de contrastes e ainda hoje existem milhares de brasileiros que estão na escuridão, pois são simplesmente abandonados por anos a fio pelos sucessivos governos que os consideravam apenas um número perdido no meio do nada, um ponto escuro na claridade do solo nevado.
Algo está mudando, gente alegre dorme mais tarde, esta é à força da energia que cativa rurais e evita o inchaço purulento nas grandes vilas fétidas que são muitas cidades grandes desse imenso “Brasil de meu Deus”!
O programa do governo Federal “o Luz para todos” está mudando a rotina de muita gente na estrada Transamazônica, gente que vivia nas trevas, não por vontade própria, pois alguns quiseram até vencer sozinhos o breu angustioso do habitat sombrio noturno, porém nada puderam ante aos gastos com motores que consomem combustível fóssil.
A cada dia, homens vão levantando postes, esticando fios, instalando tomadas rosqueando lâmpadas sem saberem que o que na verdade fazem é levantar cabeças, esticar as noites de conversas regadas a pipocas quentes, instalando a esperança de dias melhores e rosqueando o parafuso da certeza de que de agora pra frente este é mais do que nunca o lugar dessa gente que nunca quis sair daqui, mas que não conseguia resistir ao canto bonito do progresso.
Sorria! A luz chegou e já passa do 180... já está depois do 203 e avança.
Haroldo Ribeiro
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