o silêncio só é cortado por automóveis que trafegam em espaços longos de tempo, no rio o único barulho é o da correnteza forte impulsionada pela chuvas comuns a esta época, pouco depois do porto da cidade uma balsa conhecida vai atracar no popular porto do Pindoba, ela levará a doçura para milhares de lares sua carga é composta de quinhentas toneladas de açúcar.
O
rebocador se aproxima, mas parece que há algo de errado, seus motores não estão
vencendo o ímpeto do Rio Madeira, algo de muito grave vai acontece. No convés os
práticos e todos da tripulação composta de cinco pessoas começam a temer pelo pior,
neste instante a balsa está a deriva. Os ocupantes da embarcação começam a ver
o porto da cidade, ele está ficando cada vez mais próximo, não pode ser feito
nada o choque será inevitável, o rebocador começa a ficar instável, ele vai
tombar, no meio de quatro homens a cozinheira é a única mulher presente, ela
começa a pedir para que Deus na permita o pior.
O
choque inevitável acontece o impacto lança as águas do grande Madeira a doçura
do mel tirado da cana, o rio está doce, amargurados estão todos os tripulantes
que vêem o grande prejuízo lançado as águas impetuosas. A cozinheira é lançada
as águas, ela se apega a uma tábua de salvação e as águas a levam para bem
longe, ela é regatada e sente que nasceu de novo. O porto da cidade passou pelo
seu maior batismo de fogo, ele não se moveu um centímetro de seu lugar,
absorveu todo o impacto e evitou que piores conseqüências acontecessem.
Haroldo Ribeiro
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente com responsabilidade