
Há um grita geral entre os comerciantes
de Humaitá
, a reclamação é a mesma em quase todos os estabelecimentos, “está
havendo falta de dinheiro na cidade”, embora pareça difícil todos estarem
dizendo a mesma língua a simples observação do movimento nas lojas diz em alto
e bom som que alguma coisa muito errada está acontecendo.
Ouvindo um grande empresário local, que
já tem muitos janeiros na cidade, tivemos uma noção do que poderia ser a razão
de tal comportamento no público consumidor. Em primeiro lugar a cidade pouco
produz e é dependente de contra-cheques do funcionalismo público, indo mais
além o grande empreendedor ainda disse, "a culpa não é dos governos,
incluindo-se a prefeitura, pois o pagamento pode parecer pouco mas está sendo
pago todos os meses": Então o que estaria acontecendo? Muitos funcionários estão
devendo até a alma para os bancos, isto
mesmo! No empréstimo normal 30% do que o cidadão recebe é descontado e vai
direto para as contas dos banqueiros, cada dia mais bilionários, os sessenta e poucos que sobram não dão nem para pagar as contas e para conseguir viver alguns vão a
outros meios de financiamento e pegam mais dinheiro, resultado! Mais dívidas.
O comerciante que vive de dinheiro vivo
está agonizando na cidade, suas contas vencem todos os dias, os chequem estão caindo e a SEFAZ com sua boca enorme já come a sua parte antes mesmo do produto ser
vendido e o empresário que vive honestamente está indo por água abaixo levado
pelo banzeiro das dívidas. Para piorar a situação, quando chove o povo não sai às
ruas e depois do carnaval muita gente ficou sem “real”, a bufunfa ficou atrás
dos blocos, nas caixas de cerveja, nos abadas e etc.
É necessário, em caráter de urgência,
um investimento em novas formas de movimentação de recursos, indústrias não poluentes,
atividades “agrícola-extrativista” têm que ser incentivadas, novas formas de
empreendimentos precisam ser idealizadas, ou não restará pedra sobre pedra no
tenebroso mundo das empresas de Humaitá.
Haroldo Ribeiro
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