Ainda é possível ver o passado e o futuro juntos numa paisagem só. O porto antigo ainda funciona como no tempo dos avôs. Gente carregando mercadoria nas costas, barracas de comidas insalubres, gente misturada a sorrisos e lágrimas.
Enquanto isso a modernidade aguarda bem ao lado com instalações bem arejadas uma ponte móvel que impede esforços desnecessários fazendo com que a coluna vertebral dos trabalhadores permaneça sem problemas.
Quando o rio baixa as condições ficam piores, pois pra levar as mercadorias que chegam a cidade por meio de barcos ou balsas os trabalhadores braçais imitando o tempo da escravidão levam o peso do mundo nas costas e assim o progresso caminha lento ainda na velocidade da máquina de escrever ou no lombo de burros.
Por um pequeno detalhe burocrático envolvendo a Marinha do Brasil que é quem deve liberar a estrutura portuária as atividades ainda não começaram, porém quando isso acontecer, a imagens que agora vemos fará parte de um passado distante que a maioria farão questão de não lembrar.
O progresso é algo que pode ser criticado, entretanto até mesmo os seus criticadores não conseguem viver sem seus benefícios, foi assim com o ar condicionado, o fogão, o microondas a máquina de lavar, MP3 e outras parafernálias diversas.
O tempo do início das atividades do novo porto está chegando, quem sabe a partir daí começará uma nova era de alegria para esta cidade que por conta de alguns mal intencionados por muito tempo cresceu para trás como rabo de cavalo.
Haroldo Ribeiro
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