O modelo adotado pelo Amazonas para combater a dengue,
baseado na parceria entre diversos segmentos do poder público, Forças Armadas, iniciativa privada e população foi considerado exemplo para o restante do país. A declaração foi feita na manhã desta quinta-feira, em Manaus, pelo secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, que representou o ministro Alexandre Padilha em reunião intersetorial realizada na sede do Governo do Estado, com a presença de parlamentares, representantes de instituições militares, de saúde pública e privada e dos setores de meio ambiente, defesa civil e educação.
Durante o encontro, que também contou com a presença do Coordenador Programa Nacional de Combate à Dengue, Giovanini Coelho, foi apresentado o panorama da endemia no país e no Amazonas e reforçada a necessidade de intensificação das ações de controle da doença em Manaus e em 28 municípios considerados prioritários.
Jarbas Barbosa disse a vinda ao Estado teve o objetivo de reconhecer o trabalho das secretarias de saúde do Estado e dos municípios, em especial a de Manaus, onde se concentra grande parcela da população do Amazonas. “Os três níveis de governo devem estar absolutamente irmanados para combater a dengue”. Ele destacou que o Amazonas é o segundo do Norte a receber a equipe do Ministério com a finalidade de somar esforços e consolidar o processo de mobilização da sociedade no combate à dengue, e justificou a ausência do ministro, que viria pessoalmente para o encontro. “Alexandre Padilha acompanha a presidente Dilma ao Rio de Janeiro, para prestar a atenção devida às vítimas da região serrana”.
O secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, que no evento representou o governador Omar Aziz, disse que a dengue é uma preocupação no Estado, mas que as ações desenvolvidas por meio de planos plurianuais têm evitado o surgimento de novas epidemias. “Desde a entrada do vírus no Estado, há 12 anos, tivemos apenas duas epidemias, em 1998 e 2001, e um surto em 2008”.
Mesmo assim, o Amazonas faz parte dos estados brasileiros apontados pelo Ministério da Saúde com alto risco de epidemia de dengue. Entre os motivos está a vulnerabilidade da população principalmente aos sorotipos 1 e 3, com pouca circulação no Estado, e a recente entrada do vírus tipo 4, com o qual a população ainda não tinha tido contato. “A imunidade à dengue só é adquirida após contato da pessoa com o vírus, o que leva à suscetibilidade de grande parte da população a esses três tipos”, explicou Alecrim.
Além disso, segundo o secretário, estão associados ao risco de epidemia a densidade populacional da capital, critérios ambientais e os índices de infestação do mosquito identificados por meio do LIRAa (Levantamento Rápido de Infestação por Aedes Aegypti).
O reforço das ações de controle já foram iniciadas e, segundo o secretário, o trabalho está voltado não apenas no combate ao mosquito vetor, mas também à organização da rede de assistência”. Alecrim destacou a capacitação dos profissionais da rede para diagnosticar a doença e identificar e tratar casos graves, a ampliação das unidades sentinelas (por meio das quais é feito o monitoramento dos casos) – eram duas e agora são oito – e, ainda, a definição das duas unidades de referência para os casos graves, que são a Fundação de Medicina Tropical (FMT) e o Pronto-Socorro da Criança Zona Sul.
Plano de Prevenção prioriza 28 municípios do AmazonasAs ações de prevenção e controle da dengue em 2011 foram intensificadas em 28 municípios do Amazonas com maior concentração populacional e onde, nos últimos dois anos, houve registro de casos ou foi identificada a presença do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
O secretário de estado da Saúde, Wilson Alecrim, explica que, mesmo sem o registro de casos, os municípios infestados com o vetor terão atenção especial porque correm o risco de sofrer epidemia. Com o mosquito presente há grande possibilidade de introdução e reprodução do vírus”, explica.
O Plano de Prevenção e Controle da Dengue do Governo do Amazonas, elaborado sob a coordenação da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), e em execução desde dezembro do ano passado, tem o objetivo de evitar a ocorrência de dengue e a densidade vetorial nos municípios prioritários, mantendo vigilância permanente nos demais municípios.
Dentre as metas estabelecidas pelo Governo estão manter no mínimo 80% dos municípios prioritários na faixa de baixa incidência (menos de 100 casos por 100 mil habitantes); manter pelo menos 60% dos municípios com índice de infestação de mosquitos menor que 1%; manter abaixo de 2% a taxa de mortes por dengue; e executar o plano de controle da doença para 100% dos municípios.
As ações gerais do Plano incluem visitas às casas para identificação e eliminação de criadouros, aplicação de inseticida (fumacê), intensificação da coleta de lixo e eliminação de lixeiras viciadas, visitas a pontos estratégicos como cemitérios, borracharias, ferros velhos, oficinas e construções civis, organização da rede de assistência (unidades básicas de saúde, rede de urgência e unidades de referência) e, ainda, a realização do Levantamento do Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa).
No interior do estado, mais de 800 técnicos, incluindo agentes de endemias, agentes comunitários de saúde e militares, e 82 gerentes, foram treinados para atuar no controle da dengue neste ano. Em novembro do ano passado foi executado o primeiro plano de alerta para o período sazonal da dengue, com ações de informação e educação junto a profissionais de saúde, estudantes e líderes comunitários. A atividade será realizada novamente em abril deste ano.
Em Manaus, foi iniciada em dezembro a quarta edição da Operação Impacto, realizada pelo Governo do Estado em parceria com a Prefeitura de Manaus, Forças Armadas e Corpo de Bombeiros. A ações de controle previstas pelo Plano serão realizadas até março.
Uma campanha de esclarecimento sobre a doença, com medidas de prevenção está sendo lançada nesta semana pelo Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura de Manaus. Além da capital, o Governo estadual irá veicular mensagens publicitárias em rádio, TV, folhetos e cartazes, nos 61 municípios do interior, com reforço nos 16 municípios prioritários.
Interiorização - Até 2009, de acordo com o secretário, a dengue estava restrita a Manaus, mas a proximidade com a capital favoreceu o surgimento de casos nos municípios do entorno, o mesmo acontecendo com os localizados nas calhas dos rios Purus e Madeira, próximos de municípios de Rondônia com alta transmissão da doença.
Em 2010, houve transmissão de dengue em 15 municípios e casos confirmados em 29 cidades do interior. Do total de 4.182 casos, 1.597 foram notificados em Manaus que, apesar da oscilação do número de casos de um ano para o outro, não registra epidemia desde 2001.
Somente no ano passado foram investidos nas ações de controle de endemias, dentre as quais a dengue, cerca de R$ 45 milhões, sendo R$ 31 milhões provenientes do tesouro estadual e o restante do Governo Federal.
Equipe do Ministério vista unidades de saúde
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, e o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho, acompanhados dos secretários de saúde do Estado, Wilson Alecrim, e do município, Francisco Deodato, após a reunião realizada na sede do Governo do Amazonas, visitaram duas unidades de saúde onde são feitos atendimentos a pacientes com suspeita de dengue. Eles foram ao SPA Danilo Correa, na zona Norte, e à Unidade Básica de Saúde José Avelino Pereira, na zona Leste. “A assistência aos pacientes é uma preocupação crescente do Ministério da Saúde e ficamos satisfeitos em ver o preparo desta unidade”, afirmou Giovanini durante visita à área de urgência e internação do SPA Danilo Corrêa.
Fotos: Alfredo Fernandes / AGECOM
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