Conselho Tutelar, um raio X da questão em Humaitá



Uma dessas Kombis veio para Humaitá, porém
os salários ainda são pequenos



Um dos meios para que a sociedade possa se defender dos maus tratos causados a criança e adolescente é o Conselho Tutelar.

Essa poderosa ferramenta tem sido a diferença entre a continuidade dos abusos contra menores e a redenção desses pequenos brasileiros.

Humaitá tem um conselho eleito por um período de três anos, mas que já está trabalhando há três anos e dois meses. Eles ainda estão no cargo a pedido do Juiz, até que se realizem eleições para substituirem os que lá estão ou referendarem os que pretendem continuar em suas funções.

Por este importantíssimo trabalho os que fazem parte do conselho local recebem 600 reais, este mísero salário é um dos piores da região. Em Manicoré, os conselherios ganham 1200 reais, em Lábrea 800, e, em Manaus os rendimentos chegam a casa dos 3000. Se houver uma avaliação do valor que a prefeitura dá para a questão da criança em relação aos salários pagos, chega-se a conclusão que Humaitá é o município que mais desvaloriza a criança em todo o sul do estado.

Depois da matéria que fizemos muita coisa mudou e melhorou. Foram comprados novos computadores, uma perua Kombi, novinha está na frente da sede do conselho para o que for necessário (esta foi enviada pelo governo do estado que distribuiu mais de 70 unidades em todo o estado), a prefeitura tem contribuído com o combustível, que segundo o conselheiro Thyarles Barreto, não tem havido problema quanto ao fornecimento.

Embora melhoras possam ser percebidas a sede do Conselho ainda não conta com sinal de internet, o que é imperdoável, haja vista que muitos dos crimes praticados contras os menores vêm das redes sociais eletrônicas.

Os conselheiros também parecem que têm como inimigos alguns vereadores, pois na ocasião da votação do aumento de 100 reais a mais, alguns deles não queriam dar este mísero aumento.

Os problemas envolvendo a criança e o adolescente na cidade continuam sendo os mesmos, pais irresponsáveis que não monitoram seus filhos e não tomam conhecimento quando estes faltam as aulas regulares, e ainda por cima põe a culpa nos conselheiros.

Thyarles não pretende mais ser conselheiro, ele nos disse que numa ação onde havia denúncias de maus tratos a um adolescente, que na ocasião estava sendo espancado por um policial, sem que este tivesse qualquer documento que o permitisse entrar na casa do menor, quando o conselheiro tentou intervir na situação levou um soco e tudo ficou por isso mesmo. Até hoje nada foi feito quanto ao caso.

Há uma promessa de aumento de salários para os próximos que assumirem a função de conselheiros, a promessa é de 1200 reais, Thyarles não acredita nesse milagre.

Haroldo Ribeiro

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