Quase cinco horas da tarde, um aviso dava conta
de que sem teto revoltados iam em direção a casa do prefeito Dedei Lobo, que
estava em Manaus resolvendo questões de sua nova campanha política. Na Chácara
onde só sua família estava, vários policiais militares já esperavam os
manifestantes junto com guardas municipais e para garantir a lei e a ordem.
Os
sem teto vieram de moto, carro e a grande maioria num caminhão apinhado de
gente eles desceram e chegaram próximos a casa do prefeito, mas não puderam ir
mais em frente, não todos, somente sete deles puderam falar com a esposa do
gestor da cidade. Eles estavam revoltados por terem recebido a visita de
oficiais de justiça que disseram que no dia de terça, 10 de julho terão que
abandonar seus barracos no terreno pertencente à família do Dr. Ubiratã, pois uma ação de reintegração de posse deverá ser
realizada no local em que estão.
Na última vez em que se reuniram com o prefeito foi costurado um acordo entre eles
e o proprietário, neste acordo ficou estabelecido que a prefeitura faria de
tudo para adquirir a propriedade e depois reparti-la entre os que não tem
realmente nenhum imóvel na cidade, algum tempo se passou e os sem teto foram
até o local e começaram a construir suas casas. Com a visita dos oficiais a
revolta tomou conta deles, que foram até a casa do prefeito tentando a qualquer
custo resolver a questão.
Quando
o Cabo França organizou um grupo de líderes para falar com a primeira dama
Arnaldina Chagas ela os atendeu numa
sala anexada a um chapéu de sol onde o prefeito costuma reunir-se com seus
amigos e partidários. Já dentro do ambiente o clima ficou tenso e dona
Arnaldina estava visivelmente nervosa, pois até então nunca sua casa sofrera
tamanha pressão popular. Na conversa os manifestantes demonstraram um incontentamento
pelo motivo de ter que sair de uma terra, que, segundo eles já lhes estava
destinada, uma das herdeiras da propriedade chegou até mesmo até ao local e deu a sua palavra de
que tudo estava resolvido, porém a visita dos oficiais de justiça desmentia
tudo.
Houve
um impasse de mais de meia hora entre os revoltosos e a primeira dama que só
repetia que não tinha nada a ver com toda a situação, pois não participara da
reunião em que seu marido esteve com os manifestantes, a única coisa que ela
poderia fazer era entrar em contato com seu esposo e ele daria uma solução para
o caso, ela falou com ele que disse por telefone que na quinta-feira estaria na
cidade para resolver a situação. Esta resposta não agradou a maioria, pois no
dia seguinte seriam despejados. A voz mais veemente entre todos era do pastor Guacir
da Assembléia de Deus Tradicional que se sentiu ofendido por haver soldados
armados para recebê-los, ele disse que não era necessário tudo aquilo e que
apenas soldados fardados já seriam suficiente, mas o Cabo França lhe disse que
se na profissão do pastor existiam ferramentas para executá-la na sua estas
eram as armas. Felizmente não houve confrontos e o prefeito chegou a falar via
celular com um dos manifestantes e prometeu estar com eles na prefeitura na
quinta-feira as 11h00min.
Sem
poder fazer mais nada os sem teto foram embora sendo instruídos a desmanchar
seus barracos para que não sofram nenhum tipo de prejuízo na ação da justiça
programada para a manhã de terça-feira. Houve uma tentativa entre os que não possuem um teto de
que a decisão de expulsá-los do terreno seja protelada até a quinta-feira,
quando o prefeito deverá estar na cidade, porém nada foi conseguido
Obs. Sites de Humaitá não copiem esta matéria!
Haroldo Ribeiro
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente com responsabilidade