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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

BEM VINDO AO BANQUETE, PARABÉNS ! A COMIDA É VOCÊ


                Os heróicos moradores que ocupam as margens do Rio Madeira
estão em fase de extinção. Embora o índice de natalidade entre os amazonenses do interior seja grande, o fato é que muitos estão vindo para encher as cidade que têm pouca ou nenhuma estrutura.
                Eles chegam para engrossar as periferias dos grandes centros como Manaus, Porto Velho e Belém. Vêm sem capacidade suficiente para competir com os mais preparados e acabam no subemprego, desprezados e abandonados por quem deveria de alguma forma protegê-los.
                O maior inimigo desses doutores da floresta são os jacarés. Os bichos estão cada vez mais fortes, alguns mais velhos chegam a atingir 7 metros de cumprimento, quase não possuem inimigos naturais, as fêmeas colocam até 40 ovos por vez, e está sempre por perto para proteger sua ninhada, quem chegar próximo aos futuros jacarezinhos vai virar lanche de jacaré.
                Jacaré come muito e o povo já sente o seu apetite voraz. Ele chega a consumir dez quilos de peixe em média por dia, e está ficando difícil comer tambaqui e pirarucu por aqui. Apanhar os peixes nos lagos onde eles são mais abundantes e saborosos está ficando uma tarefa para Indiana Jones.
                Os animais selvagens que antes bebiam das águas dos cerca de 30 lagos que existem em Humaitá no Amazonas já não se ariscam mais nas beiras dos lagos temendo o fim certo como comida de jacaré. Outra vítima do jacaré-açu é o jacaré tinga, um pouco menor, ele não consegue mais ficar onde o seu parente guloso está, pois este também faz parte dos seu eclético cardápio.
                Estima-se que em alguns lagos estes parentes próximos dos dinossauros estão comendo cerca de dez a trinta toneladas de peixe por mês, e quando estes faltam, os ataques a seres humanos tornam-se inevitáveis.
                Todos os anos milhares de cidadãos brasileiros que escolheram as margens dos rios do Amazonas para viver são atacados e mutilados por jacarés, outros literalmente viram sua refeição e perdem a vida em seus grandiosos estômagos.
                A solução para o impasse seria simples, permitir o seu manejo sustentável, em que o animal poderia ser caçado e aproveitado em 100% do seu conteúdo, pois a carne é excelente para o consumo, o couro é vendido no mercado externo a peso de ouro, sua urina serve como fixador de perfumes desejado e valorizado, seus ossos servem ao artesanato e podem também ser usados como ração animal, seus dentes enfeitam colares e servem a vários tipos de peças manuais, portanto ninguém deverá jogar algum pedaço sem valia desse importante réptil.
                Enquanto espera uma decisão dos deputados federais e do senado, os moradores ribeirinhos estão perdendo alguns costumes que faziam suas vidas mais coloridas como: lavar as roupa à beira dos lagos, se assim fizerem tem que ser com vigias armadas para espantar ou matar um jacaré afoito. As crianças que faziam dos lagos seu playground, não vão mais às suas águas abundantes para desfrutar do que mais gostam, banhar-se e brincar até o dia anoitecer, se assim fizerem vão comer capim pela raiz e deixar o mundo dos vivos mais cedo.
                               Para os ribeirinhos do Amazonas só existe um inimigo maior do que os jacaré dos lagos e estes são os políticos de Brasília e gente daqui mesmo que tem um excelente discurso ambiental, mas que entretanto, nada fazem pelos sofridos mestres da florestas, que levam nas costas o ônus de um mundo que esqueceu de preservar e agora exige pedaços de perna, pés, dedos, olhos e corpos que vão ao sulco gástrico dos jacarés que arrotam satisfeitos após os banquetes oferecidos pelos deputados e senadores, que tão bem tem feito aos jacarés dos lagos, oferecendo um banquete humano dos melhores. É caviar de jacaré chefia!!!

Haroldo Ribiero
www.amazontime.com




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