Educação é prioridade em qualquer parte do mundo, ou deveria ser assim. Há uma imensa diferença em realmente fazer isso ou simplesmente agir assim no papel ou como se fala no Brasil “pra inglês ver”
As escolas estaduais da cidade de Humaitá estão abandonadas, embora os diretores façam de tudo para deixá-las da melhor forma possível. Nesse novo período de aulas que se iniciaram os alunos entraram em escolas com carteiras velhas e ultrapassadas, paredes sem pintura, quadras poliesportivas abandonadas, estrutura elétrica deficitária entre outros problemas.
A prática da contratação através de processo seletivo tem feito muito mal ao sistema de educação como um todo, na prática os novos quadros deveriam ser utilizados como substitutos em eventuais faltas dos professores titulares, entretanto esta imensa gama de profissionais acaba assumindo a vaga para suprir a demanda e fica receoso todo o ano com a eminência de serem demitidos. Em visita a cidade de Humaitá no início deste ano o Secretário de Educação do Estado prometeu concurso público para professores ainda em 2010.
Outra questão que é bastante pertinente e a merenda. Neste capítulo a parte da educação do Amazonas praticada em Municípios como Humaitá, pode-se perceber que a qualidade do que é servido nas escolas é totalmente contrário a prática alimentar comum aos habitantes da região. O que é servido constantemente é um misto de comida enlatada (almôndega, carne tipo fiambre e macarrão). Com o gosto ruim do produto as merendeiras tentam de tudo para torná-las mais atrativas. A Prefeitura de Humaitá que é uma cidade que não conta com grandes recursos tem uma merenda muito melhor, extremamente elogiada pelos seus consumidores maiores, os pequenos alunos do ensino fundamental.
Uma solução simples, mas que levaria a região a um salto em qualidade seria comprar no próprio município o que será consumido pelos alunos. No cardápio poderia ser incorporado o açaí, que é abundante na região, o cupuaçu, com seu gosto peculiar e atrativo, a castanha do Brasil, bastante nutritiva e adquirida em grande quantidade no município além do pescado que não faltaria e já tem estrutura formada pela cooperativa Z31, capaz de suprir toda a demanda das escolas.
O aspecto administrativo do ensino é lastimável. A Seduc (Secretaria de Educação do Estado) na cidade não conta com computadores ligados a internet, para buscar uma ficha qualquer ,os funcionários contam com um sistema pré-histórico cheio de gavetas e papéis intermináveis, se quiserem se comunicar com a central em Manaus tem que contar com o apoio do próprio Diretor regional ou então ir a uma lan house mais próxima.
Nas escolas a realidade não é diferente , pois em muitas delas não há conectividade com a central em Manaus nem mesmo com o departamento local da Seduc, fazendo com que tudo o que é ruim fique ainda pior.
OÁSIS NO DESERTO
Nesse imenso conjunto de problemas algumas situações servem de alento para os que se aventuram no mundo da educação. O governo como forma de incentivo tem dado prêmios para as instituições que mais se destacam no exame nacional que mede o IDEB, e, em Humaitá a Escola Marly de CarvalhoLobato Nery, mais conhecida como Padrão, a escola do bairro Santo Antonio além da Escola Candido Areal Souto já receberam uma premiação de 30 mil Reais cada, as outras escolas estão buscando o crescimento qualitativo de seus alunos para também atingirem este patamar e conseguirem ser vistas com melhores aos olhos do governo do estado.
PATRONATO MARIA AUXILIADORA, INIGUALÁVEL
Como prova cabal de que com boa vontade, disciplina e muita dedicação se podem alcançar mais em educação, a Escola Patronato que tem seus professores pagos pelo estado, entretanto segue um sistema metodológico próprio, além do mais os recursos que são adquiridos pela instituição são rigorosamente administrados fazendo com que ela tenha um salto de qualidade a cada ano.
Já ganhadora de um prêmio de 30 mil Reais como as outras já citadas, a Escola Patronato se superou e alcançou a quarto lugar entre as escolas do estado do Amazonas inteiro, ganhando com isso um prêmio de 60 mil Reais no ano passado. Sendo de princípios católicos o Patronato é prova incontestável de que é possível fazer mais e melhor pela educação do interior do Estado.
O que fica de lição em tudo o que ocorre com a educação do interior é que fora de Manaus tudo o que se faz é colocar a sujeira pra debaixo do tapete escondendo uma realidade que ninguém tem coragem de falar, mas que faz com que ainda estejamos entre os últimos do país, mesmo sendo elogiados no quesito meio ambiente.
Haroldo Ribeiro
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