O desprezo dado pelas autoridades por certa parcela da população pode ser sentida na arquitetura das obras dos governos, e isto em todas as esferas de atuação. Se falarmos da Prefeitura vemos um dos cartões postais mais bonitos da cidade a Praça da Saúde como um péssimo exemplo a ser seguido, pois em todas as suas extremidades não se encontra nenhum lugar sequer que possa ser usado para dar acesso as pessoas que se utilizam de cadeiras de rodas para se locomover.
Falando dos edifícios do governo estadual podemos tomar como exemplo a Escola Plínio Ramos Coelho, mais conhecida como GM3 que não possui rampa de acesso aos cadeirantes num claro exemplo de descaso público por essa parcela da população que também merece ser chamada de gente.
Na esfera federal temos o horrível exemplo da UFAM (Universidade Federal do Amazonas), neste caso em particular o pior, pois o edifício construído por ser novo poderia contemplar as mudanças necessárias para que o respeito fosse uma marca de conduta, entretanto as salas são na sua maioria no andar de cima e não contêm rampas de acesso aos deficientes físicos.
Julio Cesar Rocha Ferreira, 23, utiliza uma cadeira especial com tração elétrica. Sempre alegre o jovem tem disposição suficiente para vencer as barreiras que a insensibilidade governamental impõe. Segundo o relato do rapaz inúmeras foram às vezes em que sua vida correu perigo por desrespeito dos motoristas. Julinho como é conhecido tem fé que um dia as coisas poderão ser diferentes e gente como ele vão poder ser considerados cidadãos de verdade indo e vindo na doce dança da vida. Enquanto isso não acontece vai uma vaia bem grande para quem podia fazer mais, porém resolveu ficar parado, não por deficiência mas por falta de amor pelo próximo.
Haroldo Ribeiro
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