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domingo, 11 de abril de 2010

UFAM, DESERTO DE INCERTEZAS

Quem passa na frente dos dois edifícios que fazem parte da UFAM (Universidade Federal do Amazonas) Campus Humaitá, não é capaz de imaginar o que se passa dentro de seus muros, embora tenha funcionários competentes no setor administrativo e contando com muitos professores que tem amor pelo que fazem, o número destes professores é pequeno não suprindo a demanda.
No caso do curso de Biologia e Química no quarto período, os alunos já está há mais de duas semanas sem aula e na grade que conta com cinco matérias somente uma tem um profissional dando aula. A tendência lógica é o problema aumentar, pois novos alunos vão chegar aumentando ainda mais o desconforto.
A distância de seu pólo central, que é a UFAM de Manaus, faz com que tudo fique ainda mais difícil, os professores coordenadores de cursos do Campus estão em fase de desespero ao ver que os alunos estão prejudicados e terão suas bases de conhecimento abaladas.
Numa outra ponta da corda ainda têm aqueles professores que não gostam da cidade, desprezam sua gente e não vêem a hora de ir embora. Alunos reclamam do posicionamento de alguns deles que desprezam o valor humano das pessoas, descontando pontos preciosos em pequenos deslizes gráficos que não constituem propriamente um erro.
Há casos de depressão causada por um futuro incerto gerado por uma instituição que não será capaz de enviar ao mercado no tempo certo, profissionais capacitados para os novos desafios do século XXI. Alguns já desistem de continuar estudando, outros trancam matérias na esperança de voltar a estudar num curso superior. A maioria dos problemas presentes na UFAM está na área de exatas em que além do curso citado todos os outros contam com algum tipo de problema.
A questão salarial também é um fator determinante, enquanto médicos na cidade de Humaitá ganham salários que chegam a 20 mil Reais, professores com doutorado não ganham mais que 7 mil Reais, professores substitutos para preencherem vagas de forma provisória, não ganham nem 2 mil Reais, fazendo com que as vagas não sejam preenchidas e os alunos fiquem a ver navios no deserto e elefantes no mar, numa paranóia que acompanha um futuro que a cada dia parece menos seguro.
Alguns dos que estão na cidade para se formar vem de fora e gastam em média 700 Reais para permanecer por aqui e aprender para mudar o futuro, com a falta de professores, sem ter o que fazer, procuram aprimorar a leitura, tentando desesperadamente uma luz no fim do túnel que parece ter quilômetros de incertezas.
Não dá pra negar a melhoria causada numa cidade interiorana como Humaitá por contar com instituições como a UFAM e UEA (Universidade do Estado do Amazonas), entretanto a falta de professores na UFAM é mais uma coisa pra inglês ver, porem não só inglês como qualquer outro cidadão do mundo poderá saber que tudo o que se diz do ensino superior no Brasil não passa de uma informação não completa que omite grandes falhas que fazem chorar, que fazem descrer, que fazem querem não mais apostar num Brasil melhor.


Haroldo Ribeiro
www.amazontime.com

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