Meu nome é Romero
Onofre sou gaúcho corajoso,
Cavalgo pelas
coxilhas e gosto de uma guria,
O pai dela é homem
valente firme forte e tinhoso,
E acha que sou
guaipeca, coisa que me angustia.
Todos sabem que a
linda moça arrasta a asa pra mim,
E só esperava o
momento de pedir-lhe em casamento,
Ela diria pra todos, a minha palavra é sim!
Mas seu pai Tenório
Fabrício, é o meu maior sofrimento.
Este pai sem dó nem
alma está de rédeas no chão,
Por um tal de Bento
Galego, homem rico de muita pila,
Minha prenda não
gosta dele, e já disse com decisão,
Pra ele só vou dar
guampa, Romero sim Galego não!
Eu tentei de todo o
jeito, o velho Tenório amansar,
Mas o homem era
macanudo, difícil de se vencer,
Ele queria era
peleia, uma guerra pra me peitar,
Ele era colorado eu
grêmio, não dava pra se bicar,
Um dia numa fogueira
que cozinhava o aipim,
Do meu lado faceira,
Gertrudes sorriu pra mim,
Não esperei mais
nada, subi no pingo, ela atrás,
Fui falar com seu
Fabricio, agora não espero mais,
O homem estrebuchava
e xingava o ar e o vento,
Mas me deu sua filha
pra fazer o casamento,
Ele dizia esta agora
é china, vai andar sem paradeiro,
Mais eu disse essa
guria, vai ter nome e bucho cheio,
Um ano depois de
tudo, eu ela arranchado,
Com um guri já
nascido e outro encomendado,
O velho ficou
contente, em ver neto tri-gordinho
Babava o menino todo,
mimava todo o menino.
O tal de Bento Galego
ficou meio afrescurado,
Se veste que nem
mulher fala fino e é transviado,
Meu sogro não fala
nada, mas já dá para perceber,
Que mesmo sendo eu
gremista, dá orgulho de saber,
Que um dia um gaúcho
pobre, insistiu em se casar,
E mesmo com um não
bem grande nada ia adiantar
Levou sua filha
embora, mas com muita dignidade,
Hoje tem fama e
fortuna e um bom nome na cidade.
Haroldo Ribeiro
imagem: online-spanisch.com
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