Cabeça baixa, olhos tristes,
muitas necessidades poucos benefícios. Difícil acreditar em alegria num homem que é o responsável pelas florestas de pé neste lado ocidental do globo terra.
O homem amazonense comum é trabalhador, gente honesta que vai a floresta e dela retira o que necessita para o seu sustento, não é acostumado a devastar, quando derruba um pedaço de floresta para poder plantar, faz tudo para plantar próximo a sua casa. Planta mandioca, produto já cultivado pelos índios, e também milho e alguns outros tipos de cereais.
Aproveita a baixa do rio para fazer plantações em seu leito, pois depois que passa a cheia do rio uma camada muito fértil faz com que tudo que se semeie cresça com facilidade, fazendo assim, nenhum prejuízo causa a natureza.
Com o crescimento da tecnologia, os filhos vêem o que acontece fora de suas plantações à beira dos rios, sente vontade de conhecer, vai aos grandes centros e por fim acaba ficando por lá como mão de obra barata e massa de manobra para os políticos infames que compram votos nas eleições, por saber que a maioria não tem o mínimo de condições para viver nas poucas cidades dos estados continentes que formam a grande Amazônia brasileira.
A internet e as redes de televisão mostram tudo o que acontece fora dos limites onde vive o homem amazonense. A realidade mostrada faz com que todos os anos milhares de jovens venham para as cidades pequenas ou médias, pois as grandes cidades se resumem no Estado do Amazonas, por exemplo, a Manaus, capital do estado. Chegando às cidades sem um nível intelectual elevado, o jovem chegado das comunidades à beira do rio não tem nenhuma opção senão viver de pesca, atividade que não deixa espaço para crescimento financeiro, pois o pescado pego na madrugada é vendido aos atravessadores que compram por quase nada o que foi tão duramente conseguido.
Nesse ambiente todo de exploração resta ao homem ribeirinho (que mora à beira do rio), contar com uma educação ruim, pois quase ninguém quer dar aula para eles por ter condições muito ruins para dar aulas.
As escolas em sua maioria são abandonadas, as comunidades não têm energia elétrica, quando tem funcionam apenas algumas horas por dia. As Prefeituras quase não têm dinheiro para fazer muita coisa, e quando vem algum dinheiro, primeiro precisa ser distribuído com os políticos corruptos, sobrando pouco para o povo sofrido do campo.
Até mesmo quando tem boa vontade os prefeitos que são honestos dificilmente conseguem romper a barreira da corrupção formada por assessores fraudulentos que maquiam os números, melhorando-os para afirmar que tudo vai bem.
Resta a saída de mudar os homens por dentro através de ensino moral e religioso, em que a qualidade do homem é medida não pelo dinheiro conseguido a base de roubo, mas a valorização do que trabalha pelo bem de sua família e comunidade fazendo todo o globo sentir que há esperança para o homem.
Haroldo Ribeiro
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Haroldo Ribeiro
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